Amar os livros é trabalhar o tempo todo com o
dilema de ler ou não ler. E quando é escolhido trabalhar com eles a vida
toda então? É tentar manter-se concentrada ao ler um resumo sem que os
arquivos da memória e do coração te lembrem de adaptações
de cinema, sessões de cinemas com pessoas especiais, e outras que
estiveram presentes por compartilhar de um mesmo gosto, e para
completar: cobertas, e três panelas de chocolate quente numa noite fria
dentro de um cinema do interior. É tentar não lembrar da disputa entre
você e seu querido amigo por miniaturas colecionáveis das personagens (e
ele vencer), tentar não lembrar daquele amigo que já não está mais
presente, aquele mesmo que de teu O Anel do Poder, e provou ser quase um
Samwise Gamgee, não fosse por um detalhe...Tudo isso e muito mais é
ativado pelas lembranças ao pegar um livro querido em mãos, falo de O
Senhor dos Anéis nesse caso (claro), ganhado um tempinho atrás por um
querido amigo, que mora de frente para o meu quarto faz mais de um ano,
tem uma coberta azul, detesta macarrão e tem os cabelos parecidos com os
de meu papai, o que aumenta ainda mais meu afeto fraterno.
Os
livros te ensinam lições, ensinam a descrever as coisas, os detalhes,
fazem da nossa bagagem mais perfumada com palavras, exclamações ou mesmo
as dúvidas...sempre deixam algo no ar. Passaram essas palavras, e
outros pensamentos em segundos enquanto estava descrevendo um resumo,
catalogando um Livro. Trabalhar com livros é ativar a memória,
recordar-se para muito além de seu conteúdo, é despertar para além da
leitura e da descrição, se você permitir: é mágico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário