Haviam poucos segundos para o ônibus passar a portaria da escola, e nesse pouco tempo que tive olhei para meu tão querido divo Ipê-amarelo, rapidamente contei as últimas seis flores que estavam a enfeitá-lo, percebi que no topo de seus delicados galhos as folhas estavam verdinhas;
como eu ele estava mudando, entrando em uma nova fase de sua existência, assim me distrai e esqueci de despedir-me. Talvez tenha sido nosso último encontro ao meio-dia destino? O que me diz a minha intuição? A dúvida é o preço que paga aquele que questiona esperando ouvir aquilo que lhe pareça mais consolador.
Enquanto lamentava não ter acenado com os olhos, senti um arrepio, olhei para trás, olhei para o ipê, logo vi a dança com o vento de suas poucas flores amarelas, elas me diziam adeus, e para elas com os olhos eu sorri e as beijei, e ao longe ainda pude ver seis pontos amarelinhos voar para lugar nenhum tão rapidamente quanto uma estrela cadente. Todas nós sendo levadas de alguma forma; o que era pra ser vivido chegou a seu fim, o ciclo continua...